Ainda
não...
Diversos tipos de
expressões verbais são utilizadas para evidenciar aquilo que queremos, ou para
deixar de fazer algo que nos desagrade.
Dizer para as pessoas o
que realmente temos vontade não é algo tranquilo, pois não sabemos como o outro
irá reagir neste sentido. A reação alheia será sempre uma incógnita para nós.
Algumas expressões
tornam-se dúbias, ou seja, não deixam clara a nossa posição quanto a um fato. Assim,
deixamos que as interpretações ganhem dimensões conforme o entendimento do
outros.
Um exemplo deste fato se
remete à expressão “ainda não”.
Quando respondemos alguma
questão com estas palavras, não negamos e nem aceitamos algo. Simplesmente não
estamos certos do que queremos.
As duas palavras “ainda
não” podem revelar, ao mesmo tempo, um fracasso atual como também pode
transparecer uma promessa.
É, efim, um exemplo de
otimismo declarado.
O filósofo
Franz Rosenzweig (1866-1929), considerado por muitos estudiosos como um dos
mais importantes pensadores do século XX, quando questionado se era religioso,
respondeu: “ainda não”.
Muitas
vezes, buscamos ser diretos, incisivos e ter respostas exatas. Porém, nem
sempre estamos preparados para enfrentarmos algo ou para abdicarmos de um
desejo.
Comumente
o “ainda não” se faz presente em nossas vidas, dando uma satisfação incerta
sobre nossas ações ou omissão, como por exemplo:
- Já iniciou o regime?
Ainda não.
- Terminou o curso de
inglês? Ainda não.
- Já foi para Disney:
Ainda não.
Enfim,
exemplos de como usamos o “ainda não” em nossas vidas são muitos. Entretanto,
esta expressão também evidencia o quanto queremos algo no nosso tempo e não no
tempo dos outros.
O “ainda
não” representa o meio do caminho, não chegamos lá ainda, porém não desistimos
de caminhar.
Como escreveu
Johann
Goethe:
“Não
basta dar os passos que nos devem levar um dia ao objetivo, cada passo deve ser
ele próprio um objetivo em si mesmo, ao mesmo tempo que nos leva para diante.”
Claudiane Quaglia
Psicóloga e
Pedagoga
CRP 06/134348 -
29/05/2017