Pó de Café
Conviver com as pessoas e
manter relacionamentos nem sempre é fácil. Relacionamentos sociais, amorosos ou
familiares sempre demandam uma entrega, um desejo, um afeto, uma identificação.
Sentimentos estes revestidos de prazer e vontade.
Mas nem tudo são flores. Relacionamentos
também causam conflitos, dores, frustrações, expectativas, ansiedades,
angustias e ilusões.
Criamos relacionamentos
perfeitos conforme nossos desejos e muitas vezes ignoramos que, para se
relacionar, precisamos do outro, de um outro diferente da gente.
Buscando a etimologia
da palavra “relacionar”, constata-se que ela vem do Latim “relatio”, cujo
significado remete a restauração, como ato de trazer de volta. O sentido de
“estabelecer uma ligação entre pessoas” é do século XVIII, e nesta linha que
estamos a caminhar.
Torna-se difícil,
em cada relacionamento, saber a maneira mais adequada que devemos nos
comportar. Em alguns momentos o relacionamento nos solicita uma postura dócil,
altruísta, respeitosa e maleável, cedendo muitas vezes aos nossos anseios
pessoais.
Entretanto, em
outros momentos devemos ter uma postura que transpareça força, tomando
decisões, negando algumas situações, tendo um comportamento de imposição do que
queremos e de quem somos. Por vezes, isso poderá decepcionar os outros.
Lidar com este
dilema constantemente nos afeta de maneira abrupta. Percebemo-nos perdidos, sem
saber qual caminho tomar. Não reconhecemos nossas ações e consequentemente
fechamos ou extravasamos demais nossas emoções, pois, acima de tudo, queremos
manter os relacionamentos, já que são fundamentais para nossas vidas. Mas como?
Neste sentido, a frase de Aristóteles, "a
virtude está no meio", traz uma possível luz para este dilema.
A busca por esta virtude nos assola
constantemente. Em meio a esta aflição,
diante dos relacionamentos, buscamos procurar um meio termo em nossos
comportamentos perante o contexto que vivemos (nem sempre e fácil). Desta
maneira, vislumbramos agregar mais experiências e relacionamentos em nossas
vidas.
Essa dúvida se torna um enigma para muitas
pessoas. Para pensar um pouco sobre este assunto, transcrevo uma história da
sabedoria popular, de autor desconhecido. Espero que ajude a todos neste
processo de reflexão.
“Virtus in Medium est”
Claudiane
Quaglia
27/10/2016
“Um filho foi queixar-se da vida para o pai, alegando que
estava passando por muitas dificuldades. O pai, em meio às suas panelas, como
grande chefe de cozinha que era, aproveitou o momento para dar uma lição de
vida ao filho. Olhando para o rapaz falou:
- Filho, observe estas três panelas.
Cada uma delas possui um alimento diferente: na primeira, há cenouras; na
segunda, ovos; e na terceira, pó de café. Vou colocar água nas três para
ferver.
Depois de alguns minutos, perguntou
ao filho o que havia acontecido com os alimentos. Observando as três panelas, o
filho respondeu:
- Noto que as cenouras, que eram
duras, tornaram-se macias; os ovos, que eram frágeis, ficaram duros; e o pó de
café transformou a água.
Neste momento, o pai concluiu
dizendo:
- Pois é, meu filho. Os
relacionamentos com as pessoas muitas vezes nos atingem como essa água quente,
e podemos reagir como a cenoura, o ovo ou o pó de café. Como a cenoura quando
nos deixamos amolecer pelas dificuldades de nos perceber. Como o ovo, quando
nos tornamos duros demais. E como o pó de café, quando nos deixamos transformar
em meio as relações que cultivamos, sem perder a nossa essência.”
Que máximo !
ResponderExcluirEstou amando !
😍
Bom dia Mara Montana, fico muito feliz que esteja apreciando o que escrevo. Muito obrigada pelo comentários, estes me incentivam cada vez mais. Grata
ExcluirDe fato, um texto excelente para reflexão! Verdade que isso ocorre em relacionamentoseu, desta forma, somente pessoas maduras seguem em frente. Parabéns
ResponderExcluirÓtimo texto. .. Que consigamos nos relacionar agregando o outro a nós sem perder nosso *aroma..
ResponderExcluirNossa essência! !!