Pantagruélico
O autor Albert Schweitezer escreveu “A
tragédia não é quando um homem morre. A tragédia é o que morre dentro de um
homem quando ele está vivo.”
Estar vivo também é surpreender-se
constantemente com os outros e, mais ainda, consigo mesmo, principalmente
quando descobrimos e aprendemos algo novo ou diferente em nossas vidas.
Validamos a nossa existência em situações
complexas ou até em atos simples, como descobrir o significado e o sentindo de
uma palavra, por exemplo.
A palavra pantagruélico pode bem elucidar
isso. Embora o verbete seja pouco usual em nosso dia a dia, o seu significado faz
parte do nosso cotidiano, sem que possamos ter a real ciência disso.
Em uma de suas definições, o adjetivo pantagruélico se remete àquele que
faz ou se entrega à comilança, sendo voraz, comportamento este, oposto à
modéstia e à timidez.
No resgate etimológico, a história
de Pantagruel se remete à obra de François
Rabelais. Em seus dois livros 'Gargantua' e 'Pantagruel' relata sobre gigantes
de apetites imensos, critica a estagnação, atacando as convenções. As obras foram
consideradas obscenas, na época, devido à expressão dos instintos.
Somos famintos por essência. Não somos famintos somente no sentido
fisiológico da expressão. Temos fome de sucesso, de amores, de felicidade, de educação,
de gentileza, de empenho, de inteligência, de alegria, de motivação, de determinação,
de iniciativa e de muitos outros atributos que podem nos constituir.
Somos pantagruélicos.
O que não temos é o nosso próprio reconhecimento disso.
Não nos percebemos assim, por questões sociais, históricas ou, até mesmo
por razões desconhecidas, deixamos de assumir a nossa voracidade nas atitudes.
Buscar e lutar pelo que queremos, sendo pantagruélicos (comilões, vorazes)
por aquilo que almejamos não é errado. Existem momentos que ter atitude assim pode
causar estranheza, mas lutar e buscar aquilo que almejamos é fundamental.
Galgar o que realmente queremos não deveria ser uma exceção, mas sim a
regra primordial na vida de cada um.
Mais difícil do que pronunciar uma palavra em desuso como pantagruélico é
deixar em desuso o que realmente queremos para nós, por medos, receio de
julgamentos, exposições e críticas, levando-nos a um comodismo.
Que possamos ser ávidos pantagruélicos, evitando a inanição daquilo que
nos fortalece, para assim fartar-nos de todos os atributos que nos impulsionam a
alcançar aquilo que realmente queremos, sem receios.
Claudiane
Quaglia
Psicóloga e
Pedagoga
CRP 06/134348 - 27/01/2017
Interessante. E obrigada por ter compartilhado. É sempre bom aprender.
ResponderExcluirEu que agradeço. Obrigada
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