Caule:
A dicotomia entre o
oculto e o aparente
Desde
épocas mais primitivas de nossa história, as plantas têm suma importância em
nossas vidas. Entre tantos outros atributos, elas trazem consigo, como um todo,
ideias de liberdade e de autonomia.
Elas,
as plantas, também nos ensinam algo, aspecto este que comumente esquecemos. Se
analisarmos as flores especificamente dentre este universo multifacetado,
podemos perceber que elas agregam um colorido em nossa paisagem, deixando assim
o aspecto cinzento tímido, dando lugar para tantas cores e vivacidade.
As
flores aparentam, ao mesmo tempo, força e fragilidade, pois superam-se e passam
por diferentes adversidades para permanecerem vivas, irradiando sua beleza e agregando
ao mundo sentidos peculiares de cada espécie.
Comumente,
as flores são abordadas repetidas vezes em poesias, músicas e romances. Pouco
se discorre, porém, sobre o caule.
Talvez
por não serem tão vistosos, ficam opacos e até despercebidos perante a
magnitude das flores. Entretanto, são os caules que sustentam toda a planta.
Trata-se de uma haste das plantas
vascularizadas, provida de ramos e/ou folhas, ligada à parte subterrânea ou
raiz.
Existem caules diferentes, com características
peculiares. Muitos são julgados pela sua aparência, podendo transparecer rigidez
ou flexibilidade, mas independente destes aspectos, a função do caule é a de
sustentação. Escondem-se para que a magnitude das flores seja apreciada.
Todos nós, em algum momento da vida, somos caules.
Caules dos nossos amores, de amigos, de filhos, de pais e até mesmo caules em
nossas profissões. Por quê não? Como mencionou Glauber Lima: "Uma planta com o caule flexível resiste mais a uma
ventania, do que uma árvore de tronco rígido".
Não estamos em evidência sempre como as flores e
nem precisamos disso. Ter a ciência de que podemos apoiar alguém e que podemos,
como um caule, realizar uma ligação entre o que alguém almeja e a sua
realização, isso nos traz uma grande satisfação.
A dicotomia entre o oculto e o aparente nos
assola. Muitos almejam e acreditam que o fato de estar aparente e em evidência
é o que traz satisfação. Se bem analisarmos o valor de estar oculto, podemos
perceber o sucesso daqueles que amamos, sabendo que contribuímos com a
felicidade deles.
Ao admirarmos uma flor, a atenção poderá se
voltar para o caule e tudo ganha uma outra perspectiva. A beleza maior ao ver uma
flor, pode não estar nela somente, mas na planta como um todo. O caule faz
parte deste todo.
Claudiane
Quaglia
Psicóloga e
Pedagoga
CRP 06/134348 -
02/02/2017
Excelente texto Claudete.
ResponderExcluirVou Compartilhar.
Aproveito para divulgar o meu blog psicologiahojepormargarete.blogspot.com na ultima postagem falo da volta às aulas.
Bjs
Obrigada Margarete.
ResponderExcluirClaudiane,
ResponderExcluirBem sensível seu texto.
De fato, a maior parte do tempo, nesta vida consumida pela pressa, nos detemos apenas no que é mais evidente e aí nos manifestamos: "que lindo", "que incrível" dentre outros comentários supérfluos.
A vida não se dá numa fração de segundos. A beleza que nos encanta em um momento fugaz, se constituiu numa multiplicidades de instantes ocultos, secretamente....... Assim também é a nossa vida. Ela se constrói muito mais no silêncio, na reflexão, na obscuridade. Quem não se dispor a cultivar o secreto, deter-se na aventura de renovar-se distante do visível, da vitrine, deverá, inevitavelmente, se satisfazer com a exibição do mesmo, do estereótipo e da mesmice. Sem o caule que conduz, a nova flor não desabrocha. Bjks e gratidão por permitir a reflexão.
Agradeço muito seu comentário Professora Rosalice Lopes. Compartilhou seu conhecimento e me ensinou mais ainda. Obrigada
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