Transmutação
O passado está aí para ser descrito. Porém, no resgate, estas
descrições propiciam ao nosso entendimento uma visão do que se passou de uma
forma mais plausível que, por sua vez, tem seu objetivo: o de nos impulsionar a
vislumbrar novas oportunidades, tirando-nos da inércia.
As dificuldades existem com frequência em nosso dia a dia,
desde as coisas que consideramos pequenas, como, por exemplo, quebrar a ponta
de um lápis, ou até em situações mais complexas, que aqui não é possível
detalhar. Como podemos mensurar a real importância dos infortúnios na vida de
alguém?
Independente da magnitude dos infortúnios, eles nos
fortalecem, ensinam-nos e assim nos reinventamos constantemente. Desta maneira,
ouso fazer uma relação com o processo de transmutação cujo significado no meio
químico é a conversão de um elemento químico em outro.
Sentimos por reações eletroquímicas. Assim nos transmutamos
com frequência. A transmutação nos acompanha e nos assusta também,
pois queremos controlar as situações que até mesmo consideramos como algo certo
e imutável, com o intuito de que nada dê errado ao que estamos prevendo.
Jung já dizia “Queremos ter certezas e não dúvidas, resultados e não
experiências, mas nem mesmo percebemos que as certezas só podem surgir através
das dúvidas e os resultados através das experiências”.
Existem momentos que
nos deparamos com alguns obstáculos. Nestas horas, o ideal seria agir como
um atleta que, antes de um grande salto, necessita voltar passos para ganhar
impulso. Às vezes é necessário retroceder um passo para se avançar uma grande
distância. Todo compromisso como o novo se beneficia de um impulso positivo, na
revisão do que temos desenvolvido até então.
Muitos são os que sentem necessidade de mudar. Poucos são aqueles que estão
dispostos a pagar o preço. A vida está aí, mostrando que a cada momento podemos
nos reinventar. Assim, como menciona a cantora Pitty, “Chega dessa pele, é hora de trocar. Por baixo ainda é serpente e devora a cauda.
Pra recomeçar”.
Está
aí mais uma grande oportunidade para mudar. Feliz Natal.
Claudiane Quaglia
22/12/2016
Um
presságio eu vi também
Arrastou
o céu numa conjuração
Corpos
ébrios em confusão
A
sustentação é que a manhã já vem
Logo mais
amanhã já vem
O acaso
empurra quem
Se agarra
à borda preso em negação
Solitário
na multidão
A
sustentação é que a manhã já vem
Logo mais
amanhã já vem
Chega
dessa pele, é hora de trocar
Por baixo
ainda é serpente e devora a cauda
Pra
recomeçar
(Om Namah
Shivaya)
Pelo
fogo, transmutação
Sem afago
lapidando o aprendiz
O que
sobra é cicatriz
A
sustentação é que a manhã já vem
Logo mais
amanhã já vem
Chega
dessa pele, é hora de trocar
Por baixo
ainda é serpente e devora a cauda
Pra
continuar
(Logo mais amanhã já vem)
(Om Namah Shivaya)
(Logo mais amanhã já vem)