quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Transmutação


Transmutação

Versar sobre o que se passou é fácil; entender, nem sempre.
O passado está aí para ser descrito. Porém, no resgate, estas descrições propiciam ao nosso entendimento uma visão do que se passou de uma forma mais plausível que, por sua vez, tem seu objetivo: o de nos impulsionar a vislumbrar novas oportunidades, tirando-nos da inércia.
As dificuldades existem com frequência em nosso dia a dia, desde as coisas que consideramos pequenas, como, por exemplo, quebrar a ponta de um lápis, ou até em situações mais complexas, que aqui não é possível detalhar. Como podemos mensurar a real importância dos infortúnios na vida de alguém?
Independente da magnitude dos infortúnios, eles nos fortalecem, ensinam-nos e assim nos reinventamos constantemente. Desta maneira, ouso fazer uma relação com o processo de transmutação cujo significado no meio químico é a conversão de um elemento químico em outro.
Sentimos por reações eletroquímicas. Assim nos transmutamos com frequência. A transmutação nos acompanha e nos assusta também, pois queremos controlar as situações que até mesmo consideramos como algo certo e imutável, com o intuito de que nada dê errado ao que estamos prevendo.
Jung já dizia “Queremos ter certezas e não dúvidas, resultados e não experiências, mas nem mesmo percebemos que as certezas só podem surgir através das dúvidas e os resultados através das experiências”.  
 Existem momentos que nos deparamos com alguns obstáculos. Nestas horas, o ideal seria agir como um atleta que, antes de um grande salto, necessita voltar passos para ganhar impulso. Às vezes é necessário retroceder um passo para se avançar uma grande distância. Todo compromisso como o novo se beneficia de um impulso positivo, na revisão do que temos desenvolvido até então.
Muitos são os que sentem necessidade de mudar. Poucos são aqueles que estão dispostos a pagar o preço. A vida está aí, mostrando que a cada momento podemos nos reinventar. Assim, como menciona a cantora Pitty, “Chega dessa pele, é hora de trocarPor baixo ainda é serpente e devora a cauda. Pra recomeçar”.

            Está aí mais uma grande oportunidade para mudar. Feliz Natal.

Claudiane Quaglia
22/12/2016

Serpente

Um presságio eu vi também
Arrastou o céu numa conjuração
Corpos ébrios em confusão
A sustentação é que a manhã já vem
Logo mais amanhã já vem
O acaso empurra quem
Se agarra à borda preso em negação
Solitário na multidão
A sustentação é que a manhã já vem
Logo mais amanhã já vem

Chega dessa pele, é hora de trocar
Por baixo ainda é serpente e devora a cauda
Pra recomeçar
(Om Namah Shivaya)
Pelo fogo, transmutação
Sem afago lapidando o aprendiz
O que sobra é cicatriz
A sustentação é que a manhã já vem
Logo mais amanhã já vem

Chega dessa pele, é hora de trocar
Por baixo ainda é serpente e devora a cauda
Pra continuar

 (Logo mais amanhã já vem)
 (Om Namah Shivaya)

 (Logo mais amanhã já vem)