segunda-feira, 22 de maio de 2017

Controle? Reagimos sem querer e agora?




Controle? 

Reagimos sem querer e agora?



Uma das grandes queixas que as pessoas possuem é sobre o fato de conseguir controlar-se ou não. Situações acontecem em nossas vidas e nos deixam fora de controle.
Temos comportamentos de irritação, mau humor, choro e, por vezes, de extremo nervosismo. Estes comportamentos podem ser externalizados de maneira desastrosa, atingindo pessoas que não tem relação com o fato da nossa instabilidade.
Observo muitas pessoas fazendo alguma das afirmações como: “eu gostaria de dedicar mais tempo para os estudos, mas não consigo e acabo estudando somente nas vésperas das avaliações”; “eu queria ser menos ciumento, mas não consigo”; “não consigo me controlar no trânsito”; “demorar na fila do supermercado me deixa extremamente irritado”.
Essas afirmações envolvem problemas de autocontrole, mas a maioria das pessoas as explicam como falta de força de vontade.
Segundo Martin e Pear (2009) [1], para a Análise do Comportamento explicaríamos essas reações através de uma análise das consequências que esses comportamentos estão produzindo.
Aprendemos a estabelecer uma auto-regra social em nossas vidas que sempre devemos manter em controle. Este fato torna-se ainda mais evidente quando exercemos cargos ou profissões em que rotulam que a paciência e a calma são partes deste ofício.
Criam-se estereótipos de tranquilidade.
Mas existe uma formação específica para exercermos um autocontrole?
Muitos estudiosos já buscaram esta resposta. Pesquisas sobre autocontrole já foram realizadas, ajudando as pessoas a encontrar diferentes soluções para este comportamento de descontrole que tendem a acompanhar o ser humano.
Compreender as consequências do comportamento e a importância de modificá-lo, além de reconhecer os benefícios da mudança, é de fundamental importância para ter diferentes atitudes perante os fatos incômodos.
Ter atitudes como:
  • registrar a ocorrência de um comportamento problema ou estressor;
  • perceber as suas consequências e as situações em que ocorrem;
  • elaborar agendas;
  • marcar datas para atingir metas;
  • avisar outras pessoas;
são coisas que podem auxiliar nesta busca do autocontrole.

Compreender o comportamento e a importância de mudá-lo é o começo da mudança para adquirir o controle.

Cada um a sua maneira, percebe seu corpo gritando quando está perdendo o controle da situação. Reagimos de diversas formas, seja com enxaquecas, dores abdominais, tremores internos, choro excessivo, entre tantos outros comportamentos que não conseguimos controlar.
Se continuarmos com esses comportamentos, em vez de apenas um problema que identificamos, passaremos a ter dois. Pois não controlamos situações sociais que nos afetam e não conseguimos controlar nossas reações também.
Mas como tudo sempre muda, as eventualidades à que estamos expostos também, e neste sentido cabe a nós analisarmos se conseguimos manter o autocontrole.
Como ter um autocontrole exemplar não sabemos ao certo ainda. Estamos nesta busca constante por novos conhecimentos e aprendendo sempre.
Ao identificarmos os momentos em que perdemos o autocontrole, torna-se bem mais fácil administrar estas situações.
Talvez, antes de procurar reagir ao “Controle-se”, podemos procurar sanar a dúvida do “Conhece-te”.
Claudiane Quaglia
Psicóloga e Pedagoga
CRP 06/134348 - 22/05/2017

Referências:

[1] Martin, G. & Pear, J. (2009). Modificação de Comportamento: o que é e como fazer. Tradução organizada por N. C. Aguirre & H. J. Guilhardi. 8ª Edição Revisada. São Paulo: Roca. (Trabalho original publicado em 2007).
Disponível emhttp://psico.online/blog/o-que-fazer-para-obter-controle/