domingo, 3 de setembro de 2017

Sabotagem




Sabotagem


Muitas vezes indagações ganham força em nossos pensamentos, tais como:  O que nos move? O que nos motiva? O que nos impulsiona?
Estas questões trazem de maneira implícita um estímulo, um movimento, uma empolgação.
Porém, deixamos de pensar sobre o que nos paralisa, o que faz com que muitas vezes deixemos de buscar os sonhos e de alcançar uma meta.
Surpreendente fica quando percebemos que nós mesmos nos paralisamos, pois delegar ou culpar outras pessoas pela nossa inércia ou desmotivação é comum. Assumir nossas fraquezas, reconhecer que somos passíveis de erros e que não somos aquilo que queremos, causa um impacto.
Somos sabotadores.
Sabotamos a nós mesmos. Impedimos a nossa própria evolução e nem sempre reconhecemos isso.
O termo sabotagem vem do francês sabot que significa tamanco ou sapato feito de madeira. A palavra ganhou o significado de impedir ou dificultar o transcurso normal do trabalho, porque as operárias da Europa central costumavam colocar seus tamancos entre as engrenagens das máquinas para danificá-las.
Talvez usamos os nossos próprios tamancos para nos prejudicar, dificultando assim a nossa trajetória.
Sentimentos como medo, insegurança, exaustão, entre outros, fazem com que procrastinemos algumas ações e, assim, nossos sonhos ficam mais distantes e tendem a se perder em meio a tantas coisas que colocamos na frente. Consequentemente, esquecemos de nós mesmos e dos nossos anseios.
Resultado: ficamos perdidos.
Quando deixamos de cultivar aquilo que plantamos com nossas próprias mãos, as coisas se definham ou e se perdem no tempo, pois o desejo e a dedicação só por nós podem ser praticados.
Como escreveu Clarice Lispector:  "O que nos impede na maioria das vezes de ter o que queremos, de ser o que sonhamos, de fazer o que pensamos e aceitar com o coração, é a ousadia que não cultivamos".
Sempre é tempo. Tempo de semear, de plantar e colher, desfrutar e principalmente de perceber que sempre existem novos campos para reiniciar, ousar e acreditar.



Claudiane Quaglia
Psicóloga, Pedagoga e Psicopedagoga


CRP 06/134348 – 03/09/2017