quarta-feira, 26 de julho de 2017

Âncora



Âncora


Devido às incertezas, temos surpresas agradáveis ou desagradáveis; o fato é que temos sempre algo novo a nossa frente.
Buscamos nos esquivar destes momentos de imprevisibilidade, pois não conseguimos ter o controle das situações. Em momentos de “maré mansa”, como dizem, sentimos segurança e conforto na vida, ocasiões nas quais nos apegamos a objetos e pessoas.
Acreditamos - ou queremos acreditar - em uma certa inércia no tempo e no espaço.
Desejamos ancorar.
Com origem no grego ágkyra, uma âncora possui diversas interpretações em nosso meio, podendo ser analisada por óticas diferenciadas. É um objeto que em si traz uma dualidade interpretativa.
Queremos permanecer em situações que transmitem firmeza, força, tranquilidade e esperança. Dessa maneira, a âncora representa a parte estável do nosso ser, ou seja, aquela que, em meio às tempestades, é capaz de manter a estabilidade dos barcos.
A âncora também pode simbolizar o atraso e a barreira, para muitas pessoas, pois na medida em que se fixam em determinado lugar, ficam presas. Mario Sergio Cortella certa vez mencionou: "Na vida é preciso ter raiz, não âncora. A raiz te alimenta, a âncora te imobiliza". Um barco que deixa a sua ancora presa nunca sai do lugar.
Entretanto, a expressão "levantar ou lançar âncora" também pode ser usada de forma figurada para indicar o ato de se fixar em um determinado lugar ou de partir para outro local.
Com esta postura e visão de que podemos levantar ou lançar âncora em nossas vidas conseguimos usufruir com deleite de momentos tranquilos e agradáveis. Tendo sempre a ciência de que chegará um momento em que as situações começam a mudar.
Assim como um barco pode atravessar um oceano carregando uma âncora, uma âncora pode atracar um barco. A diferença da situações está em nossas atitudes. Podemos escolher sempre.

Claudiane Quaglia
Psicóloga, Pedagoga e Psicopedagoga

CRP 06/134348 – 26/07/2017