Âncora

Buscamos nos esquivar destes momentos de imprevisibilidade, pois não
conseguimos ter o controle das situações. Em momentos de “maré mansa”, como
dizem, sentimos segurança e conforto na vida, ocasiões nas quais nos apegamos a
objetos e pessoas.
Acreditamos - ou queremos acreditar - em uma certa inércia no tempo e no
espaço.
Desejamos ancorar.
Com origem no
grego ágkyra, uma âncora possui diversas interpretações em nosso
meio, podendo ser analisada por óticas diferenciadas. É um objeto que em si
traz uma dualidade interpretativa.
Queremos permanecer em situações que transmitem firmeza, força, tranquilidade e esperança. Dessa maneira, a âncora
representa a parte estável do nosso ser, ou seja, aquela que, em meio às
tempestades, é capaz de manter a estabilidade dos barcos.
A
âncora também pode simbolizar o atraso e a barreira, para muitas pessoas, pois
na medida em que se fixam em determinado lugar, ficam presas. Mario Sergio
Cortella certa vez mencionou: "Na vida
é preciso ter raiz, não âncora. A raiz te alimenta, a âncora te imobiliza".
Um barco que deixa a sua ancora presa nunca sai do lugar.
Entretanto, a
expressão "levantar ou lançar âncora" também pode ser usada de forma
figurada para indicar o ato de se fixar em um determinado lugar ou de partir
para outro local.

Assim como um
barco pode atravessar um oceano carregando uma âncora, uma âncora pode atracar
um barco. A diferença da situações está em nossas atitudes. Podemos escolher
sempre.
Claudiane Quaglia
Psicóloga,
Pedagoga e Psicopedagoga
CRP 06/134348 – 26/07/2017