O “X da Questão”
“A imagem é definida
por sua intenção...”, escreveu Jean Paul Sartre.
Percebemos o que queremos.
A nossa percepção pode
ser ampla ou restrita, tanto sobre eventos externos, como sobre as nossas
próprias ações.
Podemos optar entre ter
uma visão horizontal ou vertical. A primeira (horizontal) tem o sentido de
alcance, de amplitude; a segunda, por sua vez, tem a acepção de profundidade
(qualidade, riqueza de detalhes). Cabe-nos identificar o contexto mais adequado
para isso.
Termos uma percepção vertical
quando focamos em algo, o que pode ocorrer quando escrevemos sobre um determinados
assunto, comentamos sobre um fato isolado ou quando estamos em meio a diversos
estímulos e focamos somente em um deles. Comumente, verticalizamos nosso olhar
quando estamos envolvidos em demasia em uma situação de nosso interesse, quando
somos cobrados ou quando almejamos algo. Tal característica é essencial em
profissionais altamente qualificados.
De outro lado, a
percepção horizontal das situações também faz parte do nosso cotidiano. Com ela,
ampliamos as possibilidades e percebemos não só que o todo faz parte de nós,
mas como também que nós constituímos o todo.
Quando a sensação de
tranquilidade e esperança se faz presente, percebemos a realidade de maneira horizontal.
Resgatamos a ideia de se viver com prudência e fomentamos o desejo de aproveitar
todos os momentos que a vida nos oferece.
Ao olharmos para nosso
redor, conseguimos perceber a variedade de possibilidades que temos, assim como
o leque de opções que a imensidão do horizonte nos oferece. Em conjunto, esta
amplitude nos cobra uma ação, uma mudança, um caminhar adiante.
Em ambas as percepções, horizontal e vertical,
o convite para sair da inércia persiste. A ação precisa se fazer presente. Aí está o “X da questão”. É preciso agir.
Conforme dito popular, a expressão o “X da questão”, é usada para selecionar,
enfatizar ou ressaltar alternativas. É a única alternativa correta entre
incorretas ou parcialmente corretas. Também é usada para ressaltar a
importância de um fato.
Neste contexto,
o “X da questão”, está na importância de como percebemos os fatos, a vida e as
situações.
Distanciando-se
dos conceitos escolares (quem não se recorda das intermináveis aulas de
matemática na busca do valor do “X da questão” ?), o “X da questão” da nossa
vida talvez esteja no cruzamento entre as visões vertical e horizontal, ou
seja, entre reconhecer que podemos perceber e agir de maneira focada e ampla,
tudo ao mesmo tempo. Isso nem sempre é fácil, pois quando se ganha em alcance
(horizontalidade), perde-se na qualidade (verticalidade). Temos, porém, a opção
de tentar conciliar as duas coisas.
Jean- Paul Sartre,
conforme descrito no início do texto, escreveu “A imagem é definida por sua
intenção ....”. Qual está sendo a sua verdadeira intenção? É desse foco
(intenção) que se formará a imagem daquilo que você quer para sua vida.
Uma dica: a resposta da
questão pode estar no gabarito da sua experiência, que antecede a sua essência.
Basta revisitá-la.
Claudiane
Quaglia
Psicóloga e
Pedagoga
19/01/2017