quinta-feira, 30 de março de 2017

Vassouras



Vassouras

Os pensamentos, as invenções e as ideias de novas possibilidades acompanham-nos constantemente. Muitas vezes nos surpreendemos com insight que temos em momentos inesperados e nos impressionamos com a nossa capacidade de solucionar problemas e buscar novas alternativas frente às dificuldades.
Ter atitudes de valoração perante os pensamentos com toda sua magnitude seria o ideal. Entretanto, optamos por desprezá-los, deixando de dar a devida importância para aquilo que criamos e que nos é genuíno: o ato de pensar.
Devido às turbulências diárias que temos e às rotinas que somos submetidos - ou que queremos nos submeter – deixamos, por vezes, de considerar nossos pensamentos como algo válido, verdadeiro e real.
A tendência de deixar as oportunidades e as possibilidades para depois nos assola. Assim, “varremos” nossos pensamentos para outros lugares desconhecidos, que, no fundo, estão dentro de nós mesmos, protelamos e tentamos esquecê-los. Tentamos.
Usamos vassouras de pensamentos em situações cotidianas.
A vassoura é um instrumento cujo objetivo é unir e levar a poeira de um lado para outro. Limpar. De certa forma, a vassoura protela um ato. Podemos varrer uma calçada por tempos, por exemplo, mas se não recolhermos a poeira, ela ficará por lá. Um vento qualquer poderá espalhá-la novamente.
Muitas vezes, quando não colocamos nossos pensamentos em prática e os varremos de um lado para outro dentro de nós, eles retornam em nossas vidas. É como um grande balão de ar: por mais que o afundemos em um rio, ele insistirá em emergir.
Pensamentos precisam ser efetivados. Carl Jung já escreveu que “Tudo aquilo que não enfrentamos em vida, acaba se tornando o nosso destino”.
O aqui e o agora é um presente que temos. Nossas capacidades congregam com o que pensamos. Que possamos efetivar aquilo que almejamos sem protelações e que as vassouras fiquem em desuso dentro de nós, para que o nosso futuro não seja preenchido por lamentações pautadas em recordações de pensamentos não efetivados.
Encerra-se com um trecho da música de Geraldo Vandré: “Prá Não Dizer Que Não Falei Das Flores”.
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer ...

Claudiane Quaglia
Psicóloga e Pedagoga

CRP 06/134348 - 30/03/2017