Dilema
de Antígona
Escolhas fazem parte de
nossas vidas. Com elas aprendemos muitas coisas, principalmente o valor do sim
e do não frente às decisões que tomamos.
Decorrente deste processo,
dilemas permeiam a história da humanidade, pois as decisões possuem um peso
muito grande, principalmente para quem decide.
Saber ponderar entre o
que é legal (no sentido de estar previsto em lei) e o que se considera justo não
é algo fácil. Buscamos ter certezas, evitar sofrimentos e almejamos um bem-estar
constante.
Mas, na verdade, sempre
perdemos algo ou alguém quando optamos.
Elucidativo o “Dilema de Antígona”,
que retrata um paradigma da tragédia pessoal e social, tema que tem se repetido
historicamente.
Conta-se que Antígona, descumprindo
o decreto do soberano, resolveu prestar culto a seu irmão falecido, enterrando-o
com as solenidades da época, o que desagradou a todos, visto que ele foi
considerado um traidor.
Como
toda tragédia grega, o dilema representa de forma dramática os valores humanos
contraditórios. Mas se diferencia significativamente por ser ambientada na
esfera da coletividade, tratando-se assim de um drama não só individual, mas
também e, principalmente, social.
Tal dilema resgata a
ideia de que vivemos em processos contraditórios entre o que nos é estipulado e
o que realmente desejamos.
Convivemos em sociedade
que, por sua vez, é composta por indivíduos com características e anseios próprios.
Como ponderar e lidar com
situações sociais e pessoais ao mesmo tempo?
Tal dilema se perpetua em
nossas vidas constantemente.
A quem
devemos obedecer? À lei da sociedade ou à voz da consciência? Como conciliar as
duas coisas?
O tormento interior entre
viver com a culpa por fazer algo que nos satisfaz e cumprir obrigações morais
impostas pela sociedade nos assola. Podemos ter a ciência de que:
Ceder não é se reprimir.
Ouvir e respeitar a ideia
alheia não nos faz inferiores.
Não existe verdade
absoluta e sim verdade relativa, contextualizadas.
Enfim, os dilemas sempre estarão
a nossa frente. A maneira como lidamos e os observamos pode e deve se diferenciar
constantemente.
Quando
somos pessimistas, nos rendemos ao problema e por isso nós mesmos acabamos
dando a ele um final que nem mesmo queremos.
Psicóloga e
Pedagoga
CRP 06/134348 - 28/04/2017