Eu
Genérico
Há alguns anos a novidade
dos medicamentos genéricos surgiu na sociedade. As pessoas começaram, desde
então, a buscar um produto diferenciado, porém com a mesma essência. Um
genérico.
O sentido da palavra genérico
indica aquilo que não se especifica, aquilo que
abrange várias coisas, ou o que se expressa em termos imprecisos ou vagos.
Muitas vezes, em meio a
nossa comunicação cotidiana, usamos palavras como “você” ou “a gente” com o
intuito de expressar aquilo que nós acreditamos ou queremos, mas evitamos usar
a palavra “eu”.
Um “você” ou um “a gente”,
transforma gradativamente nossa identidade em um sentido genérico. Isso pode
significar muitas coisas. Por vezes recorremos a tais falas para confirmar normas
e regras sociais e usamos o “eu” raramente quando expressamos nossas
preferencias e desejos.
Tornamo-nos sujeitos genéricos
quando nos comunicamos com as pessoas para validar aquilo em que acreditamos.
Geralmente usamos o verbete “a gente” ou “você”, quando na verdade a intenção é
dizer “eu”.
De certa forma,
acreditamos que desta maneira seremos aceitos e teremos aliados para aquilo que
consideramos importante.
Eis a grande questão: o que
e quem é importante?
Com tal atitude, as
pessoas buscam uma aprovação social, um status. Neste sentido, o autor Paul
Valery fez a seguinte citação: “Agradar a si mesmo é orgulho; aos demais,
vaidade”.
Retomando a ideia dos remédios.
Antes de existir os remédios
genéricos, existem os remédios de referência, aqueles que possuem fórmulas e essências
únicas.
Somos autênticos e
validar está autencidade não é fácil, mas é necessário.
Em uma sociedade em que remédios
e pessoas genéricas se tornam uma constante, quem valoriza e acredita no seu “eu”
faz uma grande diferença. Como diz um antigo ditado popular “Em terra de cego
quem tem olho é rei”.
Psicóloga e
Pedagoga
CRP 06/134348 - 14/04/2017