sexta-feira, 14 de abril de 2017

Eu Genérico



Eu Genérico

Há alguns anos a novidade dos medicamentos genéricos surgiu na sociedade. As pessoas começaram, desde então, a buscar um produto diferenciado, porém com a mesma essência. Um genérico.
O sentido da palavra genérico indica aquilo que não se especifica, aquilo que abrange várias coisas, ou o que se expressa em termos imprecisos ou vagos.
Muitas vezes, em meio a nossa comunicação cotidiana, usamos palavras como “você” ou “a gente” com o intuito de expressar aquilo que nós acreditamos ou queremos, mas evitamos usar a palavra “eu”.
Um “você” ou um “a gente”, transforma gradativamente nossa identidade em um sentido genérico. Isso pode significar muitas coisas. Por vezes recorremos a tais falas para confirmar normas e regras sociais e usamos o “eu” raramente quando expressamos nossas preferencias e desejos.
Tornamo-nos sujeitos genéricos quando nos comunicamos com as pessoas para validar aquilo em que acreditamos. Geralmente usamos o verbete “a gente” ou “você”, quando na verdade a intenção é dizer “eu”.
De certa forma, acreditamos que desta maneira seremos aceitos e teremos aliados para aquilo que consideramos importante.
Eis a grande questão: o que e quem é importante?
Com tal atitude, as pessoas buscam uma aprovação social, um status. Neste sentido, o autor Paul Valery fez a seguinte citação: “Agradar a si mesmo é orgulho; aos demais, vaidade”.
Retomando a ideia dos remédios.
Antes de existir os remédios genéricos, existem os remédios de referência, aqueles que possuem fórmulas e essências únicas.
Somos autênticos e validar está autencidade não é fácil, mas é necessário.
Em uma sociedade em que remédios e pessoas genéricas se tornam uma constante, quem valoriza e acredita no seu “eu” faz uma grande diferença. Como diz um antigo ditado popular “Em terra de cego quem tem olho é rei”.

                                                                                              Claudiane Quaglia
Psicóloga e Pedagoga


CRP 06/134348 - 14/04/2017