quinta-feira, 23 de março de 2017

Testemunhas



Testemunhas

Somos testemunhas constantes. Sempre estamos a observar ou a fazer parte de fatos no cotidianos das pessoas, conhecidas ou desconhecidas. Testemunhamos momentos e ações.
Muitas vezes, ao testemunhar um fato aprendemos a fazer algo similar ou aprendemos a fazer algo diferente. Isso compete a nossa necessidade e ao nosso senso de justiça, moral e ética. O fato é o mesmo.
            A ideia de nos percebermos como testemunhas pode parecer ruim a princípio. Esta ideia de certa forma foi incutida em nossas vidas gradativamente devido às contribuições do meio legal. Neste contexto, quando protagonizamos o papel de testemunha, validamos posicionamentos e atitudes de outras pessoas.
Testemunha, segundo conceitos jurídicos, é uma terceira pessoa, distinta dos litigantes e desinteressada em relação à qualquer um deles. É a terceira pessoa que pode descrever os fatos com maior isenção do que os que estavam diretamente envolvidos em uma disputa judicial.
Entretanto, o ato de testemunhar faz parte de outros contextos também. Nossas percepções tornam-se reféns deste ato de testemunhar sempre.
Quando visualizamos, ou escutamos algo no meio social, tornamo-nos coniventes com o ato de testemunhar, mesmo que guardando em silêncio, observamos, analisamos e até julgamos as atitudes e os comportamentos dos outros. Afinal, vivemos em uma sociedade. Assim, será que o ato de testemunhar seria o ônus ou o bônus desta condição?
            Depende muito da maneira como podemos nos posicionar quanto a isso.
Para testemunhar algo, o outro deve se fazer presente, como em uma via de mão dupla. Pela convivência com as pessoas, elas também se tornam testemunhas dos nossos feitos. Assim que as relações se estabelecem, escolhemos algumas pessoas para compartilhar os nosso feitos.
Como escreveu o poeta, orador e sacerdote George Herbert, “Viver sem amigos é morrer sem testemunhas”.
Em nossas relações ocorrem coisas boas e coisas ruins. Pouco importa. Com a presença das testemunhas, teremos a certeza de que a nossa vida não passará sem ser notada.



Claudiane Quaglia
Psicóloga e Pedagoga
CRP 06/134348 - 23/03/2017