Abóboras
Certa vez John Lennon escreveu
para seu filho: “A vida é o que acontece enquanto você está ocupado fazendo
outros planos”.
Muitas vezes, passamos
nossos momentos fazendo planos sobre o que devemos fazer, quem queremos ser,
quando situações devem acontecer, como deveremos proceder e assim por diante.
Planejar não é algo
negativo ou ruim, mas quando em excesso o ato pode nos afastar da vida e de
momentos únicos.
No ato de antever ou
profetizar ações, temos uma maior probabilidade de encontrar com um caminho de
frustrações e expectativas ao invés de êxitos.
Ficamos presos em meio
aos planejamentos e problemas. Deixamos de observar o que nos cerca. Ofuscamos
nosso olhar. Neste sentido, não reconhecemos que a solução, se necessária for,
pode estar em um outra ação ou em um outro foco.
Para pensar um pouco sobre este assunto,
transcrevo uma história da sabedoria popular, de autor desconhecido.
Era
uma vez um cocheiro que dirigia uma carroça cheia de abóboras. A cada solavanco
da carroça, ele olhava para trás e via que as abóboras estavam todas
desarrumadas. Então ele parava, descia e colocava-as novamente no lugar. Mal
reiniciava sua viagem, lá vinha outro solavanco e… tudo se desarrumava de novo.
Então ele
começou a ficar desanimado e pensou: “Jamais vou conseguir terminar minha
viagem! É impossível dirigir nesta estrada de terra, conservando as abóboras
arrumadas”!
Enquanto
estava pensando, passou à sua frente outra carroça cheia de abóboras, e ele
observou que o cocheiro seguia em frente e nem olhava para trás: as abóboras
que estavam desarrumadas organizavam-se sozinhas no próximo solavanco.
Foi
quando ele compreendeu que, se colocasse a carroça em movimento na direção do
local onde queria chegar, os próprios solavancos da carroça fariam com que as
abóboras se acomodassem em seus devidos lugares.
Quando paramos demais para olhar
os problemas, perdemos tempo planejando ações para evitar que situações desagradáveis
ocorram e, assim, distanciamo-nos dos nossos objetivos.
Tirar o foco do problema é o segredo.
Deixar que as situações aconteçam em seu tempo torna-se benéfico para que
possamos superar as adversidades e assim vislumbrar novas possibilidades.
Situações difíceis todos passam,
mas somente assim reescrevemos a nossa história.
Enfim, a carga se ajeita na
viagem.
Psicóloga e
Pedagoga
CRP 06/134348 - 15/05/2017
A questão está em ser capaz de tirar o foco do problema, se nos encontramos alucinados por ele. Sentirmo-nos enclausurados, sem saída, e não entrever estratégias para sair, porque ardemos no lume da dor e do desespero…
ResponderExcluirSerá como um morrer ou ir morrendo, e eu sei que nesse momento o amigo por perto, mesmo silencioso, ajuda….
Na saída conta também o perfil da pessoa paciente, sua idade, suas experiencias de vida e ate sua matriz espiritual e de formação cultural…
Fica o desafio a cada um, na sua diversa qualidade deste velho aforismo se Maomé não vai a montanha, que vá a montanha a Maomé.