Forma ou Peça?
Nos
relacionamentos com as pessoas, tendemos a acreditar que iremos contribuir com
o outro de alguma maneira e esperamos que a contribuição seja recíproca, com a
mesma intensidade e dedicação.
Eis
o grande equívoco das relações.
Prever
e almejar que o outro se comporte como desejamos é um fardo muito difícil de se
carregar, pois criamos expectativas. Queremos prever e controlar o outro
conforme as nossas interpretações.
A
proposta de contribuir e agregar nos auxilia muito. Ter consciência disso, e
das limitações decorrentes, tornamo-nos pessoas melhores a cada dia e isso é
fundamental.
A
premissa maior é o nosso benefício e o nosso desenvolvimento.
Com
esta visão, sempre nos surpreendemos percebendo que as relações agregadas tendem
a ampliar nossas perspectivas.
Devido
às carências humanas que nos acompanham, “optamos” por vezes em acreditar que
nas relações teremos o papel de completar o outro ou de sermos completados.
Reconhecemos
uma falta, e buscamos suprir a falta na relação com o outro.
Fazendo
uma analogia com formas geométricas e peças de quebra cabeça, as relações podem
ser elucidadas de várias maneiras.
Em
um quebra cabeça, algumas peças evidenciam a existência de um espaço, onde
outra peça a completará, para assim constituir uma imagem. Entretanto, quando
as peças são separadas, elas não possuem um sentido ou um significado.
Realmente estão incompletas.
Já
nas formas geométricas, cada forma sozinha por si é completa, possui um sentido
e uma importância singular. Se, por ventura, duas formas se unem em conjunto
conseguem evidenciar uma nova estrutura, mas não deixam de ser o que eram em
sua essência isolada.
Nos
relacionamentos, algo muito similar acontece; quando nos percebemos como formas
geométricas, agregamos ao outro e o outro nos agrega. Ninguém depende de
ninguém. O outro não se torna uma condição para a sua constituição.
Agregar,
somar, compartilhar são verbos que enriquecem e fortalecem os relacionamento;
já verbos como depender, condicionar e completar tendem a tornar as relações
pesadas, pois ambos os lados se percebem prejudicados.
Ser
peças ou formas, pode ser um dilema, mas não é um regra ou uma receita para
relacionamentos bem-sucedidos. Perceber se estamos nos comportando como formas
ou peças nas relações favorece o ato de optar.
Ter
a ciência disso é o que faz a diferença.
Claudiane Quaglia
Psicóloga, Pedagoga e Psicopedagoga
CRP 06/134348 – 09/10/2017
Excelente!
ResponderExcluirParabéns pelo seu trabalho lindo!
Excelente texto, amei a analogia!
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